sábado, 30 de dezembro de 2017

A miragem e o objeto, o canto e a sereia, a reza e o milagre, ele e ela...

e foi mais ou menos assim...

Depois dele
Ela não precisava muito para sorrir
Por causa dele
Havia trilha sonora permanente
Com ele
Podia exercer sua natureza ampla e irrestrita
Dele
Recebeu o melhor de si
Nele
Recostou

... até que se despiram e viu que

nunca precisou muito para sorrir

eco pouco não é canto

sempre foi orgânica, e sua natureza não mais encapsularia

sua sensibilidade fê-la apre(e)nder o que nem ele sabia ter para oferecer, mas que ela sabia onde olhar e o que estava em busca. Não era ele, sempre foi ela... quem amou à si e ao fim, nele reparou sua versão caleidoscópica... e tirou para dançar, rodopiou, cambaleou calculadamente alinhavando em cada desatino o início do precipício que iria desafiar

... e então se revestiu de si(m).

Ele? Nem viu e já(nem)era. Andarilho das brisas, perambula equilibrando-se em cúmulos de fumaça, e leva no rosto uma ingenuidade quase egocêntrica da percepção de que ela lhe seria permanente, depois de ter escolhido lhe ser descartável.

So long, my hypothetical love...
wait for me in your daydreams...   
sussurou ela em seu céu da boca
               e que ele sorveu tão lindamente,
junto com um gole de café quente
naquela manhã de à Deus
e que ele (ainda) não entendeu

               abend
 

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