terça-feira, 9 de junho de 2020

Amável, atravessou a couraça que lhe protegia. 

No peito aturdido por incólume posseira, tinha uma dor sólida - que como Medusa às avessas, desintegrou ao ser notada.

À miragem, que outrora vestia, reservou seu passado deserto. 

E, sem pressa, ergueu o queixo e abriu os olhos. 
Foi quando avistou céu estrelado, de lua límpida e guardiã. 

Seu peito agora era Oásis que abrigava sol, brisa e amar. 


segunda-feira, 8 de junho de 2020



Um sussurro prolongado e agudo tirava a concentração daquele coração desassossegado que intentava não sofregar
Buscava a ausência da dor, mas se via preso em ausência e ardor
E nesta órbita elíptica ruminava hipóteses
excentricidade babilônica que oscilava pendular
em si?
fora de si?
tudo era nada, perto da força do caos adentro
que insuportavelmente sussurrava atônito:
vem
não
vai
não
sei...
[lá]