E como fumaça que era, a miragem evanesceu
O reflexo cambaleante não é teu
E o rastro fundo que vai ficando na areia grossa desenha o destino inefável
Uma figura nua se esguia escoriada pelo caminho tortuoso da não-ficção
É letárgica, por esperança, e sofre, por esperança, e quase morre, por esperança
Mas sobrevive em meio a ciclos crescentes de reflexão em decomposição intermitente
Se do pó da areia faz-se o vidro, que fornece a estrutura para o espelho... quando este se destrói, não há camada que não se esfacele
Do pó ao pó... antes reflexo, hoje partícula que arranha a retina
E os olhos convertem em gotas cristalinas