O sonho é o guardião do sono, dizia Freud
Já eu digo que o sonho é o destruidor da verdade
Criador de ilusões e mestre em dissuadir realidades
Um galhofeiro ardiloso e irresponsável
Perfeito psicopata a ostentar título de benfeitor, venerado por lobos e amado por
cordeiros
Tem meu respeito, jamais minha admiração
Tem minha atenção, jamais minha devoção
Tem meu desprezo pela tentativa de obnubilação
Já estivemos lado a lado, frente a frente, mas jamais dia-a-dia
É de fraco caráter, de pouca vontade, um vagabundo que se
alimenta do esforço alheio
No entanto, parece que o mundo precisa deste Futuro, como diria o
mestre
É esta Ilusão que mantém funcionais os errantes
Prefiro ser berrante
Prefiro chorar com gosto
Prefiro andar por mim, ainda que na certeza do fim e pronto
Ainda que na certeza do nada
Justamente pelo vazio, que preencho como eu quiser
E durmo muito bem obrigada, não careço de carochinhas nem
carcereiros vigilantes
Dois âmbitos, eu sei... mas por nenhum me ludibrio