quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

à oceanos vistos que minha praia é o mar
de palavras
fluidas, límpidas, leves...
mas...
que derrubam castelos, que viram areia
que viram o que eu quiser
grão a grão
gota a gota
letra a letra
semeio
pranteio
de dentro pra lá no fundo
germinam
em desconhecidos desertos
passeiam
em boa companhia da atrevida menina dos olhos
que ciranda...
conduzida por dedilhares obedientes e pensamentos
que revelam
desvelam
velam
a beleza do abismo e seu som, e seu balanço, e seu mundo
miragem, viagem, de quem sonha em preto e branco
em olhos abertos e vidrados tentando desenhar em palavras aquilo que nem nome tem
arfar cadenciado, me aposso delas
fluidas, límpidas, leves... arrebatadoras
nelas o poder que lhes é investido
rebentação imprudente indecente impossível incansável insaciável
agora chove por todo lugar... foi-se o controle
respiro palavras
natural
mineral
real
certas coisas são indispensáveis para a sobrevivência


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