à oceanos vistos que minha praia
é o mar
de palavras
fluidas, límpidas, leves...
mas...
que derrubam castelos, que
viram areia
que viram o que eu quiser
grão a grão
gota a gota
letra a letra
semeio
pranteio
de dentro pra lá no fundo
germinam
em desconhecidos desertos
passeiam
em boa companhia da atrevida
menina dos olhos
que ciranda...
conduzida por dedilhares
obedientes e pensamentos
que revelam
desvelam
velam
a beleza do abismo e seu
som, e seu balanço, e seu mundo
miragem, viagem, de quem
sonha em preto e branco
em olhos abertos e vidrados
tentando desenhar em palavras aquilo que nem nome tem
arfar cadenciado, me aposso delas
fluidas, límpidas, leves...
arrebatadoras
nelas o poder que lhes é
investido
rebentação imprudente
indecente impossível incansável insaciável
agora chove por todo
lugar... foi-se o controle
respiro palavras
natural
mineral
real
certas coisas são
indispensáveis para a sobrevivência
Nenhum comentário:
Postar um comentário