segunda-feira, 25 de novembro de 2019

domingo, 17 de novembro de 2019


Olha de revesgueio
Pequeno
De canto
Discreta intenção
Olho firme como quem desafia
Avança e convida
Mensageiro do fogo acena pestanas emboscando no primeiro relance
longa profunda e lentamente
se deixa penetrar
Quando num só fôlego engolfa e aperta
Firme
Nuca tesa
Peito infla
Diafragma canta
Umbigo contrai
Então liberta
E sorri
Brincando de não dizer
A garganta em caverna se dissimula
Protegida por lábios cuja boca não confia
e ambivalente responsabiliza e entrega-se em um tapete papiloso e gustativo
Saliva involuntária ou não
Ação dada
Tentação cupida


Trás tua melhor pose, põe os arreios, a sela e aquele pelego que guardaste pra “um dia”
Controla essa felicidade, guria
Segura essas rédeas com força
Ela tem a doma que a dona ensinou
Não afrouxa
Também não “se amostra”
Ela é tua, só tua!
Galopa no teu presente, que o futuro te acompanha. Ele está a um assobio de ti
Ele está aí pra ser encilhado com pompa e circunstância
Ahhh prenda: já é “um dia”!




Oi, tudo bem? Sabia que eu te amo?
Sim, te amo.
...
E nunca mais foi ouvida
A palavra
A declaração
A pessoa
Não crida
Não querida
...
Ainda assim ressoava esplêndida inspiração à fora
Abafada
Afogada
Amada
...
E foi
E viveu
E amou muito(s) mais
Mas
nunca mais
esqueceu
...
Dormiu
Acordou
Sorriu
Casou
...
E seguiu sussurrando baixinho aos astros que sabem de que frequência se ama a alma
E entendeu
Que o amor existe singular
Mas resiste universal