sexta-feira, 9 de outubro de 2015


Leu Notas sobre ela e pensou
É…
pouco
e…

Ao imaginar ele lá
segurou entre a lingua e o palato o Carmenère que entretinha
pintou e Bordeaux
chega de ismos
sejamos sísmicos

Amém!
(à postos)

apostei, e me perdi.

Fazia tempo que não me tomava assim, inteira
Na verdade fazia tempo que não se aventurava a me visitar
Passava por mim meio fugidio, desejante
amedrontado vacilava
Eu percebia o que queria, ele também sabia
                                                                        eu
Essa dança do nada 
                                                                        vertia

Que força é essa que vem como vulcão e invade
suave e 
Que hipnotiza
e que por dentro congela
                                                                        quente
Entregue(i)
Submissa dominatrix que dança a música que toca
Dorso gira inteiro
e um braço de cada vez
Lânguidos se misturam, ela e o aço
Sussurra
                                                                        retira...
O que disse
Ficou aqui
                                                                        [write]
o resto sorveu como outrora fagia
                                    [right]


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015


O sonho é o guardião do sono, dizia Freud
Já eu digo que o sonho é o destruidor da verdade
Criador de ilusões e mestre em dissuadir realidades
Um galhofeiro ardiloso e irresponsável
Perfeito psicopata a ostentar título de benfeitor, venerado por lobos e amado por cordeiros
Tem meu respeito, jamais minha admiração
Tem minha atenção, jamais minha devoção
Tem meu desprezo pela tentativa de obnubilação
Já estivemos lado a lado, frente a frente, mas jamais dia-a-dia
É de fraco caráter, de pouca vontade, um vagabundo que se alimenta do esforço alheio
No entanto, parece que o mundo precisa deste Futuro, como diria o mestre
É esta Ilusão que mantém funcionais os errantes
Prefiro ser berrante
Prefiro chorar com gosto
Prefiro andar por mim, ainda que na certeza do fim e pronto
Ainda que na certeza do nada
Justamente pelo vazio, que preencho como eu quiser
E durmo muito bem obrigada, não careço de carochinhas nem carcereiros vigilantes
Dois âmbitos, eu sei... mas por nenhum me ludibrio

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015


ela aprende rápido, por consequência logo se entedia
mas nem tudo é cérebro e o coração amplia as possibilidade
e lá se vai outra chance
outra tentativa
outra esperança
outra expectativa
outro
tombo
mas ela aprende rápido, por consequência logo se entretinha
mas nem tudo é festa e o coração amplia as probabilidades
e lá se vai outra oportunidade
outra narrativa
outra retórica
outra notícia
outra
armadilha
mas ela aprende rápido, por consequência logo se convencia
de que nem tudo é festa, tão pouco no coração
e que por teimosia ou ingenuidade
valia insistir
e lá vem outra página
sua biografia
ela aprende rápido, por consequência cria
ontem verbo
hoje pronome
amanhã substantivo
depois derivação
transita entre razão e não
simplifica
cria